domingo, 20 de julho de 2008

Poesia caipira ;)

POESIA CAIPIRA
Vô contá como é triste, vê a veíce chegá,vê os cabêlo caíno, vê as vista encurtá.
Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá.
Vê tudo esmoreceno, sem força prá alevantá.
As carne vão sumino, vai parecêno as vêia.
As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia.
O fôrgo vai encurtano, vão aumentano as orêia.
Os braço infraqueceno e diminuíno a pêia.
A veíce é uma doença que dá em todo cristão:dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.

Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão.
Dói o fim do espinhaço, dói a corda do culhão.
Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece:vai passano pelas rua e as menina se oferece.
A gente óia tudo, benza Deus e agradece,correno ligeiro prá casa,procurano o INSS.

No tempo que eu era moço, o sole prá mim inté briava
Eu tinha mile namorada, tudo de bão me sobrava.
As menina mais bonita, da cidade eu bolinava.
Eu era homi de todo dia, quinté disbotava.
Mas tudo isso passô, fais tempo ficô prá tráis as coisa que eu fazia,hoje num sô capaiz.

O tempo me robô tudo, dúm jeito sagaiz.
Prá falá memo a verdade, nem bebê eu bebo mais.
Condo chega nos setenta, tudo no mundo simbaraça.
A gente pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e abraça,porém só faz dusa coisa: conta munto caso e acha graça...

Um comentário:

Marília disse...

Ah, Sô, muitíssimo legá a poesia ! ;P